A descrição que não aparece na descrição.

Meus desabafos, meus amores, minhas alegrias, minhas dores, meus sonhos, meus medos.
Mundo meu, compartilhado e vivido por nós.
A eterna matemática da vida, sem nunca chegar no denominador comum. Mas sempre sendo dividida com vocês, somada por vocês e diminuida da minha particularidade.
Meu mundinho de Alice, nem parece mais tão particular.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Aquele de fora.

‘Todo mundo espera alguma coisa
De um sábado à noite
Bem no fundo, todo mundo quer zoar
Todo mundo sonha em ter uma vida boa
Sábado à noite tudo pode mudar’


Sábado à noite. Visto minha capa protetora. A personagem. A casca da verdadeira eu. Loira, alta, chama aos olhos alheios, simpática, bela, fútil, fresca. Personagem que interpreto com maestria.

Surpreender quem já não espera nada é muito melhor, e mais fácil, claro. Quem compra o exterior, descobre que acabou levando um interior. Por trás daquela coisa breve, se descobre motivos para se permanecer onde se está. Por dentro daquela menina que gargalha sem parar, existe uma mulher trabalhadora.

Não que uma seja eu e a outra meu alter ego. Elas coexistem. Em uma linda harmonia. Tem dias em que atuar é eu e ser eu é meu alter ego, tem dias em que se troca. E ainda assim há dias em que não sou nada disso.

A capa que me envolve todo sábado a noite é mais fácil de ‘vender’. Mas não é fácil de ser comprada. É lógica. Mas ninguém compreende. Tão bom ser diferente. Mesmo que seja para ser igual. É muito legal vê-la ganhar os créditos. Vê-la encantar, sem se desmontar. Ser simplesmente aquela loira que todos vêem a frente.

Rir, dançar, mesmo que não seja a melhor nisso, se torna a mais apreciada por seu mistério. Mas o que há por dentro desta capa? O lógico? A loira burra. É engraçado. Se fazer de desentendida. De quem não é daqui. Planeta terra. Parece caída de dentro da ultima cosmo. Tão sem conteúdo quanto as paginas dela.

Mas o melhor mesmo é vê-la desenhar caras surpresas, em rostos de sabichões. Quando começa a falar sobre a qualidade do vinho e da safra daquele ano. Do quanto seu time de futebol esta despontando no campeonato. De como defende a saída do Sarney.

Aquela capa linda e fútil parece se desmanchar como maquiagem em água. E depois que ela finaliza de retirar até o ultimo suspiro de rímel, você a enxerga. Continua com todas as qualidades da loira, mas a inteligência supera infinitamente a morena.

Mas não se esqueçam que falamos de beleza e cérebro, não de coração. E é exatamente ai que nossa Pietá mostra suas rachaduras.

‘Eu sei, é o amor que ninguém mais vê
Deixa eu ver a moça’

Andreza Schmitt

Um comentário:

Jéssica Nega disse...

"A capa que me envolve todo sábado a noite é mais fácil de ‘vender’. Mas não é fácil de ser comprada."

Ganhou seu texto aí, mulher!
Muitíssimo bom!
Pena que eu não sou loira, senão teria me identificado com tudo ao pé da letra!

Um beijo.
PS: Lindo o comentário que você deixou no meu blog!