A descrição que não aparece na descrição.

Meus desabafos, meus amores, minhas alegrias, minhas dores, meus sonhos, meus medos.
Mundo meu, compartilhado e vivido por nós.
A eterna matemática da vida, sem nunca chegar no denominador comum. Mas sempre sendo dividida com vocês, somada por vocês e diminuida da minha particularidade.
Meu mundinho de Alice, nem parece mais tão particular.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Um instante.

‘Foi tudo ilusão passageira
Que a brisa primeira levou
No peito a saudade cativa
Faz força pro tempo parar
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega a saudade pra lá
Roda mundo, roda-gigante
Roda-moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração'


Um instante. três palavras. Felicidade instantânea.

Incrível como um geminiano tem a capacidade de ir da tristeza a euforia sem controle, em apenas um instante. Incrível como existem pessoas que são tão especiais, com a capacidade de modificar uma teoria inteira em um instante, com três palavras.

Não pensem meus amigos que as palavras foram aquelas corriqueiras. Para falar a verdade nem foram palavras especiais. Mas imagina o que esta pessoa poderia causar com palavras especiais, se com apenas três bobas, soltas, e inocentes palavras, foi capaz de destruir uma teoria inteira.

Das duas uma. Ou é bom. Ou é falta de pulso.

Eu nunca fui boa em tomar as rédeas de uma situação. Na verdade eu nem gosto de tomar decisões. Porque iria eu querer agora?

Pega a rédea. Decida. Siga

E no momento que cansar, eu estarei do lado procurando, boné, camisa, filtro solar... Em resumo não vou deixar de te dar atenção. De estar do teu lado.

É companhia que você quer?
Prazer Andreza Schmitt.

Agora vem cavalgar comigo?

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Aquele do colo.

Sexta feira, quatro e meia da tarde. Pego o telefone. Disco o numero dele.

Do outro lado da linha um alo apressado. Seguido de um tudo bem mais apressado ainda.

A voz lhe falta no mesmo instante. Tentando não transparecer a tristeza ela responde, sim pai.

Vamos sair hoje de noite? Não posso tenho compromisso. Ele é sempre assim mesmo. Não o culpo, sempre tive o que quis.

Após falarem de um assunto qualquer eles desligam. Sem o eu te amo de sempre. É como eu disse, pais não sabem plantar a semente. Mas fazem o seu melhor eu sei disso.

Felizmente (ou infelizmente) uma das coisas que meu pai me ensinou foi a não transparecer.

Parei. Tentei escrever sobre minha arvore florescida debaixo da minha janela. Não deu.

Eu queria era um colo. Carinho de pai. Figura masculina mor. Desajeitado como ele, mas com todo o sentimento do mundo. Queria paparicos com sabor feijão.

Lembrei dele reclamando das minhas bagunças. Lembrei de mim reclamando da bagunça alheia na minha casa. Somos muito iguais mesmo. É difícil pai. Não consigo te dizer quero colo.

É de consumir por dentro ter que lhe pedir isso. Admitir que apesar de toda a independência, ainda preciso de ti. Sei que desmarcaria qualquer compromisso inadiável pra que isso acontecesse. Mas, mais uma vez, somos iguais, não queremos atrapalhar os planos de ninguém.

Não tem nada doendo. Não to doente. Não tem nada sangrando. Mas eu queria. Aquele colinho que não sabe o que dizer. Que fica sem graça quando falo de meus amores. Aquele que canta vento negro pra mim.


‘A vida e o tempo
A trilha e o sol
Um vento forte se erguerá
Arrastando o que houver no chão

Vento negro, campo afora
Vai correr
Quem vai embora tem que saber
É viração...
Não creio em paz sem divisão
De tanto amor que eu espalhei
Em cada céu em cada chão
Minha alma lá deixei... ’

Te amo.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Vida Real.

‘Cai a noite sobre a minha indecisão
Sobrevoa ao inferno, minha timidez
Um telefonema bastaria, passaria limpo a vida inteira
Cai a noite sem explicação, sem fazer a ligação
Na hora da canção, em que eles dizem baby, eu não soube o que dizer
A vida real... ’


Leio outros blogs por ai. Vejo sentimento em cada palavra jogada aos leitores. Vejo amor. Vejo buscas. Vejo maturidade. E também a falta dela. Realmente somos muito mais parecidos do que imaginamos.

Estamos todos matando o nosso leão por dia para a sobrevivência. A vida é realmente dura para todos. Mas nem por isso deixa de ser divertida. Rir da própria desgraça, no momento me parece sádico, mas é a solução mais plausível por hora.

Momento esse que é de busca interna. Pela primeira vez estou me vendo como a pessoa egoísta que meu pai sempre disse que fui. Porém mal eu sabia que este era o jeito de ele dizer que queria que eu fosse um pouco mais parecida com ele. Pais, eles não sabem como plantar as sementes. Mas dão o melhor de si.

E é por isso que hoje sou o que sou. As duas melhores pessoas do mundo, me deram o melhor deles. Realmente hoje posso afirmar, sou diferente. Posso parecer ter um parafuso a menos para alguns. Ou até mesmo posso parecer tola para outros. Só eu sei que o que vejo a minha frente é sempre o bem comum, e que gosto de brincar de desentendida. Posso não ser aquele tipo de pessoa que lembra o aniversário de todos os amigos. Ou até mesmo do tipo que liga todos os dias para eles. Mas sei que sou do tipo de pessoa que reza toda noite pela sabedoria deles. Que se pudesse abriria o caminho entre os espinhos para que eles não precisassem ter as mesmas cicatrizes que eu. Infelizmente nem todo mundo sabe absorver a sabedoria alheia. Infelizmente nem todo mundo é humilde o suficiente para reconhecer que o outro sabe do que esta falando. Infelizmente nem todo mundo sabe não querer tirar vantagem da inocência alheia.

Hoje me vejo uma pessoa muito menos pura de coração. Com sentimentos muito menos bonitos do que os que costumavam habitar meu intelecto. Rancor. Inveja. Magoa. Egoísmo. Coisas ditas ruins. E realmente são, tornam as pessoas duras, descrentes, mas como eu disse sou diferente. E apesar de estar sentindo muitas destas coisas pela primeira vez, não deixo de acreditar na bondade humana. Não deixo de acreditar no amor. Não deixo de acreditar na mudança.

Posso até ter me tornado uma pessoa menos pura, mas não me tornei uma pessoa amarga. E bonito ou não... Isso me deixa feliz. Hoje vejo que pureza não é sinônimo de paz de espírito, mas conhecimento, com certeza é.

Já dizia algum sábio 'conheça a si mesmo'.

Amargo só é bom no chocolate. Pense nisso.

Andreza Schmitt

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Fim de temporada.

É galera, aconteceu o que eu imaginava.

Na correria não se consegue organizar as idéias, muito menos os textos. morro de vontade de por toda essa alegria pra fora, mas não sei como. Nem mais as musicas me indicam que roteiro seguir. É hora de escrever o próprio show. Sem livro de inspiração.

Corro tanto a ponto de sair da tal zona de conforto. Me leva então a me confrontar com o que vejo pela frente. É realmente o céu esta bem mais azul. A ventania virou leve brisa de verão. E nada mais me deixa com medo. Acho que encontrei meu habitat natural.

Por mais que no momento eu possa parecer uma estranha no ninho, sei que estou em casa. Sei que pertenço a este lugar. Essa é a felicidade que sempre me acompanhou, e finalmente ela é só minha. Egoísmo? Pode até ser. Mas é bom depender só da gente.

E como ser inconformado que sou, penso que deveria estar no mínimo confusa. Mas nem a confusão eu quero. Eu que sempre gostei de um drama. Drama Queen. Estou finalmente em um lugar onde nada disso importa.

O show acabou, sou a única atriz no palco. Lá fora a platéia grita fervorosamente meu nome, entre passos e aplausos, me questiono se retorno para o bis. Uma parte importante da platéia já se foi, e não retornará, mas ainda há grande publico esperando a minha volta. Meu momento por trás das cortinas é de euforia, pulo, dou risada, choro de alegria. Penso que devo retornar, mas é bom demais esse sentimento. Penso de devo ficar, mas nunca fui egoísta e nem quero vir a ser.

A cabeça gira, o corpo padece o cansaço do espetáculo. Mas é o grito da platéia atrás de mim que me faz querer continuar o espetáculo para eles. E agora? Entre minha euforia e a da platéia, a pergunta pipoca em minha cabeça. É não sei trabalhar sobre pressão.

Paro. Tampo os ouvidos. me sento no chão. É agora sei que é assim de devo prosseguir. O show não terá bis. Mas eu sei que não será o ultimo. Minha platéia ficará ao aguardo do fim desde momento recluso. Até que entre em cartaz novamente. Com uma nova piada, mas com o mesmo humor de sempre. Um humor meio inteligente, meio infantil, mas com certeza um humor maduro. Aquele que já não cai em qualquer piada de duplo sentido. Mas que continua risonho como bob esponja.

Talvez venha a faltar dinheiro entre uma temporada e outra, talvez venha a faltar platéia, ou até mesmo a faltar lugar no teatro. Mas estou decidida a esperar a próxima temporada para entrar em cartaz.

Afinal, não é de riscos que a vida é feita?

Andreza Schmitt

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Aquele da correria

Há tantas idéias borbulhando em minha cabeça que não consigo ao menos organizá-las. O coração bate feito louco, querendo sair de seu lugar. Já falei pra ele que não é na boca que ele deve estar.

Sentimentos e emoções a flor da pele. A felicidade é mesmo diferente. A tristeza é linear e clara. A felicidade é cheia de curvas e cores. Não que a tristeza seja ruim, mas me rende textos melhores. Não que a felicidade seja ruim, mas ela não me deixa ficar parada.

Sei que estou no momento de correr, e estou correndo. Mas como boa e velha sedentária que sou, olho pro céu e peço um minuto pra tomar um ar. Talvez ainda não seja a hora, meu corpo ainda pode ser levado a um limite maior. Mas meu cérebro me manda ter um minutinho de atenção. Parar e pensar.

Como o ser humano é pessimista. Se recebo uma brisa um pouco mais forte, e assim consigo respirar mais fundo, minha razão vem e me diz 'bom demais para ser verdade'. Mais uma vez volto a correr para ultrapassar esse sentimento. Amor não é razão, amor não é pensamento, amor não é solução. Amor é o que lhe tira a razão, lhe leva os pensamentos pra longe, e desenha soluções nunca antes vistas.

Quando se ama outro alguém, se cria a ilusão. Mas quando se ama ao espelho, se consegue ver as rachaduras. Então se torna difícil se apaixonar por você, pois o que você enxerga no espelho às 6h da manhã, são olheiras e um cabelo despenteado. Quando se tem a coragem de dar um passo a frente, se fica com medo de vacilar, pois você não tem os outros 50% você é o seu 100%, e é com você que se pode contar.

E o que se faz então, quando você simplesmente começa a correr sem parar? Você corre tanto que praticamente não tem tempo de olhar pra trás e ver o que ficou pelo caminho. Eu to correndo, ainda não sei pra que direção, mas continuo correndo. Com o sol a minha frente e apenas um questionamento.

Será que devo tirar um minuto pra respirar?

Andreza Schmitt

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Nada melhor do que não fazer nada...

'só pra deitar e rolar...'

Foi a musica que tomou minha mente na ultima tarde de domingo. Dia de sol e calor infernal, em pleno inicio de agosto, noite de chuvas e trovoadas, realmente como Porto Alegre, não há igual.

Três amigos sentados no parque, escutando musica e falando da vida. Sensação melhor não pode existir. Se houvesse que se ter um padrão de dia perfeito e ter ele pelo resto da vida, o meu seria este.

Eu gostar de dias de sol não é novidade, de parque também não, de amigos muito menos. Mas o que seria a novidade então? Eu! Por mais estranho que pareça.

Cada dia pareço me distanciar mais de uma fase de minha vida, aquela que começou no exato 14 de agosto de 2008. Não digo que não venha a ter descaídas, mas assim como o blog, já me sinto de cores novas. O preto dando lugar ao branco, e o cinza aos tons de rosa. Eu não tenho mais ilusões de mundo cor de rosa, mas ele no momento me parece colorido. Muita água rolou neste ano. E como diria alguém é tanto sentimento de verdade exposto. tanta gente que molha o teclado em salmoura de olhos. E como eu molhei para conseguir deixar exposto aquilo que meu coração gritava dentro de mim, mas minha voz não conseguia pronunciar.

E nas poucas vezes que tentou, foi severamente podada. Já o blog sempre esteve aqui, sempre aceitou o que eu quisesse. Eu era pré aprovada. Sem nem mesmo tentar. Agora quero agradecer a este ano difícil. Agradecer pelos meus espinhos e suas cicatrizes.

Tive que perder amigos, amores, dores, e família. Mas no fim eu me ganhei, trouxe de volta uma Andreza que não dava as caras a uns bons anos. Mas no fim o original não se desoriginalizou. Ficou escondido, mas achou a essência que tanto buscava. E viu que sempre foi forte.

A menina chorona e com sonhos destruídos, volta a ser a Renata 'com sua arte de sobreviver' dura como pedra, mas dobrável como a folha. Incrível como só damos valor a algo depois que perdemos. Eu tive que me perder, te perder, encontrar ele, ganhar você, encontrar a amizade, perder uma família, ganhar um desejo, para finalmente me ganhar de volta.

Mas aqui estou, a mesma versão calejada da coleção passada. Porém envolta por cores novas e vibrantes. Mas sem nunca deixar de olhar suas tatuagens pretas, e lembrar o que finalmente não será esquecido.

Dizem que rancor é ruim, hoje o vejo como forma de crescimento. Pelo menos este meu rancor, aquele que nunca existiu, que sempre se apagou, hoje esta marcado com tinta preta em minha pele branca. Para que me lembre de nunca mais trilhar os mesmos passos.

Só sei que quero é caminhar. Ou melhor, correr.

Vem. Me tira da poltrona. Me leva pra correr. Mesmo que seja em sentimento.

Me mostra o que essa tal endorfina faz?

Andreza Schmitt

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Ele joga bem.

É mal sabia eu que Cristiana Guerra estaria tão certa (novamente) quando diz que ele é bom nisso.

Deus joga Playstation com a vida da gente.

E agora eu tenho certeza... Que ele ta é jogando The Sims.

Da forma mais aleatória e até pode se dizer perversa possível. É o bom e velho tempo prova tudo, e nos entrega de bandeja aquilo que sempre pedimos a ele.

Esta entregue em uma linda bandeja, toda de ouro, mas não parece ter o mesmo sabor. Tipo coca-cola de garrafinha, a de lata é boa, mas nunca será a de garrafinha!

Andreza Schmitt

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

A morte de forma positiva.

Antes mesmo de mim Cristiana Guerra falava da morte e da vida com maestria.

Seguindo o pensamento do post anterior.

http://parafrancisco.blogspot.com/2008/01/de-perdas-somos-feitos.html

Aquele que só fala de morte

O luto vai se fazer presente em algum momento de nossas vidas. Isso é tão certo quanto a morte, afinal luto é a dor da morte, e se dói é porque um dia curou.

Esse é o tipo de coisa que ninguém escapa. Como diria meu pai basta se estar vivo pra morrer. E eu confesso às vezes me fingir de morta tentando driblar a vida. A morte é tranqüila, a vida é que é difícil. mas se todos dizem que a vida é simples a gente é quem complica... Estaríamos nós complicando a vida como forma de nos mostrarmos vivos? Porque se a morte é simples e a vida também, viver não teria mais sentido se não fosse para complicar.

Complicações essas que nos fazem morrer aos poucos durante a vida. E o pior não é morrer, o pior é sofrer o luto. Direito de todos nós, dever de alguns, e opção para outros, mas como eu disse antes todos estamos fadados a isso. Deixar o luto se fazer presente é muito difícil, é certificar a morte, e ter certeza de que se foi.

Ir é o que me parece mais fácil disso tudo, o ruim é ficar. E quando o sentimento morre antes da matéria, é sinal de que a matéria já não se faz importante. Quando morre a importância, é sinal de que a lembrança se foi. Quando a lembrança se vai, é sinal de que a presença não se faz. Quando a presença se vai, leva com ela o sentimento. E quando o sentimento se vai, vai com ele todo o sentido. E sem sentido a vida não é a mesma.

Assim como nossas quedas formam quem somos, nossas perdas também. Aquela velha historia... Vai mas leva um pedaço de mim, não deixa de ser verdade, pois quando se vai se leva o sentido, e sem sentido a vida toma outros rumos. Mas o que realmente importa é continuar caminhando, mesmo que em círculos. Mas nunca deixar de procurar o caminho que se deve seguir.

Alguém me empresta uma bússola?

Andreza Schmitt

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Somos o que?

A complicada e perfeitinha.
Eterna apaixona.
A que cresceu antes do tempo.
Eterna criança.
A sonhadora.
Eterna Família.

Sou o que sobrou de mim, sou o que eu construí de mim, sou o que a vida quis que eu fosse. Minhas cicatrizes estão expostas, mas meu sorriso também. Luto contra meu instinto anti-realidade, mas sei que a vida não é um conto de fadas. Que príncipes encantados não existem. E que felicidade são apenas momentos.

Meus sonhos são diferentes, minha realidade é diferente, eu sou diferente.

Cresci mas não mudei, mudei pra poder crescer. Construí em mim o que eu queria ser, e fiz deste eu o que os outros queriam ver. Sorrisos são sempre mais doces que lagrimas. E nem sempre quando alguém pergunta como você esta, ele esta realmente querendo saber.

Todos nós somos muito egoístas, mesmo quando estamos sendo humanitários. O ser humano é programado a querer em primeiro lugar o seu bem. E eu? Eu sou inocente e faço de conta que não sei disso. Eu ainda acredito na bondade das pessoas. Acredito em um mundo melhor. Acredito em amor a primeira vista. Acredito em casamento. Acredito em amizade entre homens e mulheres. Acredito que todos estamos perdidos, mesmo quando sabemos o que queremos. Acredito que só vemos o que queremos ver.

E é por isso que ninguém mais acredita em bondade, porque é mais fácil, mais comum as pessoas serem ‘ruins’. É por isso que o mundo não muda porque ninguém quer de verdade que ele mude, da muito trabalho. É por isso que amor a primeira vista é coisa de gente carente, porque quem quer um sabor de sorvete quando se pode ter a sorveteria inteira. É por isso que crianças mudam as cantigas com palavras como ‘tiveram muitos filhos e depois se separou’ porque é assim que o mundo gira, e se não der certo separa, é normal. É por isso que a amizade se torna motivo de ciúmes, porque não se tem confiança, a frase se inverte e agora ‘ todos são culpados até que se prove o contrario’. É por isso que não sabemos o que escolher, porque temos muitas opções, tudo é possível, ‘Corrida contra o relógio, silicone contra a gravidade, dedo no gatilho, velocidade, quem mente antes diz a verdade, satisfação garantida, obsolescência programada, eles ganham a corrida antes mesmo da largada’ nada é igual como era ontem.

E como sempre digo os sonhos mudam com a mudança de estações. E eu cada vez me vejo mais ultrapassada, pelos sonhos da minha geração. Não somos mais geração coca-cola, somos coca ou somos cola, somos homens, mulheres e tudo junto, somos o reflexo da geração de tele-novelas de nossos pais, onde liberdade é sonho de adulto, e criança de 12 anos brincava de boneca e não exigiam smartphones.


Em momentos como esse eu penso, sou eu quem amadureceu muito antes do tempo? Ou eu simplesmente nasci na década errada?

Queria eu ter brincado de bonecas até meus 12 anos, e não precisar ter filmes infantis hoje para me lembrar uma rápida infância. Queria eu ter hoje a idade fisiológica, de acordo com a do meu cérebro, e poder falar dos meus sonhos sem perceber um ar de repressão ou insegurança no ar.


Somos quem podemos ser, sonhos que podemos ter.

Andreza Schmitt

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Eu na voz de Roberto

'Sorte de hoje: Viver amanhã é muito tarde. Viva hoje'

Minha sorte me diz vai, meu coração grita por isso, mas minha consciência não deixa meus pés saírem do chão.

Por incrível que pareça (e acredito que pela primeira vez na vida) eu estou sendo racional, ou tentando pelo menos.

Andam me faltando palavras bonitas, pois estão todas em minhas musicas. Estas que falam por mim. A tagarela oficial, hoje simplesmente deixa a musica cantar, para que possa racionalizar, correr, só nos pensamentos, gritar, só por notas musicais, amar, só na lembrança.

Não sei se isso é bom ou ruim, mas vou seguindo mesmo assim. Musica pra variar. Dizem que o que é bom só te faz sorrir, e o que é ruim chorar. Mas e se o choro de hoje representar o riso de amanhã, terá valido a pena?

Como eu sempre disse, na matemática da vida nem sempre se encontra um denominador comum. E pode parecer besteira, mas eu quero o meu igual ao teu, se pra isso é necessário que eu some pelo caminho não há problema, se tiver que perder é como ensinamento também, mas se no fim de tudo, não restar nem a matemática, nem o denominador comum, ao menos nos sobram as notas musicais, em lindas vozes, que cantam a historia dessas vidas.

'Olha você tem todas as coisas
Que um dia eu sonhei pra mim
A cabeça cheia de problemas
Não me importo, eu gosto mesmo assim
Tem os olhos cheios de esperança
De uma cor que mais ninguém possui
Me traz meu passado e as lembranças
Coisas que eu quis ser e não fui
Olha você vive tão distante
Muito além do que eu posso ter
E eu que sempre fui tão inconstante
Te juro, meu amor, agora é prá valer
Olha, vem comigo aonde eu for
Seja minha amante, meu amor
Vem seguir comigo o meu caminho
E viver a vida só de amor'


Andreza Schmitt por Roberto Carlos

domingo, 2 de agosto de 2009

Quando faltarem palavras.

No momento em que as palavras me faltarem, eu tenho Macy Gray falando por mim.

E se não consigo alcançar com o olhar, espero que o som da musica consiga.




Perfeição em cada acorde, e isso serve para os dois casos.

Andreza Schmitt