A descrição que não aparece na descrição.

Meus desabafos, meus amores, minhas alegrias, minhas dores, meus sonhos, meus medos.
Mundo meu, compartilhado e vivido por nós.
A eterna matemática da vida, sem nunca chegar no denominador comum. Mas sempre sendo dividida com vocês, somada por vocês e diminuida da minha particularidade.
Meu mundinho de Alice, nem parece mais tão particular.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Aquele que só fala de morte

O luto vai se fazer presente em algum momento de nossas vidas. Isso é tão certo quanto a morte, afinal luto é a dor da morte, e se dói é porque um dia curou.

Esse é o tipo de coisa que ninguém escapa. Como diria meu pai basta se estar vivo pra morrer. E eu confesso às vezes me fingir de morta tentando driblar a vida. A morte é tranqüila, a vida é que é difícil. mas se todos dizem que a vida é simples a gente é quem complica... Estaríamos nós complicando a vida como forma de nos mostrarmos vivos? Porque se a morte é simples e a vida também, viver não teria mais sentido se não fosse para complicar.

Complicações essas que nos fazem morrer aos poucos durante a vida. E o pior não é morrer, o pior é sofrer o luto. Direito de todos nós, dever de alguns, e opção para outros, mas como eu disse antes todos estamos fadados a isso. Deixar o luto se fazer presente é muito difícil, é certificar a morte, e ter certeza de que se foi.

Ir é o que me parece mais fácil disso tudo, o ruim é ficar. E quando o sentimento morre antes da matéria, é sinal de que a matéria já não se faz importante. Quando morre a importância, é sinal de que a lembrança se foi. Quando a lembrança se vai, é sinal de que a presença não se faz. Quando a presença se vai, leva com ela o sentimento. E quando o sentimento se vai, vai com ele todo o sentido. E sem sentido a vida não é a mesma.

Assim como nossas quedas formam quem somos, nossas perdas também. Aquela velha historia... Vai mas leva um pedaço de mim, não deixa de ser verdade, pois quando se vai se leva o sentido, e sem sentido a vida toma outros rumos. Mas o que realmente importa é continuar caminhando, mesmo que em círculos. Mas nunca deixar de procurar o caminho que se deve seguir.

Alguém me empresta uma bússola?

Andreza Schmitt

Um comentário:

Silvana disse...

Muito lindo minha filha, poetico e sincero, mas a idade me permite dizer que a varios lutos, sentimos até mesmo por noticias na TV, mas quando é com a gente o pedaço que vai é de nossa alma, as lembranças por mais que o tempo passe ficam e quanto menos esperamos estamos a chorar, pessoas em nossas vidas são Presentes, Morte são arrecadação de Estrelas e estas não param de brilhar, não temos mais o corpo, mas uma vida construida junto para lembrar, não posso se quer imaginar minha vida sem voce me mataria junto!