A descrição que não aparece na descrição.

Meus desabafos, meus amores, minhas alegrias, minhas dores, meus sonhos, meus medos.
Mundo meu, compartilhado e vivido por nós.
A eterna matemática da vida, sem nunca chegar no denominador comum. Mas sempre sendo dividida com vocês, somada por vocês e diminuida da minha particularidade.
Meu mundinho de Alice, nem parece mais tão particular.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Fim de temporada.

É galera, aconteceu o que eu imaginava.

Na correria não se consegue organizar as idéias, muito menos os textos. morro de vontade de por toda essa alegria pra fora, mas não sei como. Nem mais as musicas me indicam que roteiro seguir. É hora de escrever o próprio show. Sem livro de inspiração.

Corro tanto a ponto de sair da tal zona de conforto. Me leva então a me confrontar com o que vejo pela frente. É realmente o céu esta bem mais azul. A ventania virou leve brisa de verão. E nada mais me deixa com medo. Acho que encontrei meu habitat natural.

Por mais que no momento eu possa parecer uma estranha no ninho, sei que estou em casa. Sei que pertenço a este lugar. Essa é a felicidade que sempre me acompanhou, e finalmente ela é só minha. Egoísmo? Pode até ser. Mas é bom depender só da gente.

E como ser inconformado que sou, penso que deveria estar no mínimo confusa. Mas nem a confusão eu quero. Eu que sempre gostei de um drama. Drama Queen. Estou finalmente em um lugar onde nada disso importa.

O show acabou, sou a única atriz no palco. Lá fora a platéia grita fervorosamente meu nome, entre passos e aplausos, me questiono se retorno para o bis. Uma parte importante da platéia já se foi, e não retornará, mas ainda há grande publico esperando a minha volta. Meu momento por trás das cortinas é de euforia, pulo, dou risada, choro de alegria. Penso que devo retornar, mas é bom demais esse sentimento. Penso de devo ficar, mas nunca fui egoísta e nem quero vir a ser.

A cabeça gira, o corpo padece o cansaço do espetáculo. Mas é o grito da platéia atrás de mim que me faz querer continuar o espetáculo para eles. E agora? Entre minha euforia e a da platéia, a pergunta pipoca em minha cabeça. É não sei trabalhar sobre pressão.

Paro. Tampo os ouvidos. me sento no chão. É agora sei que é assim de devo prosseguir. O show não terá bis. Mas eu sei que não será o ultimo. Minha platéia ficará ao aguardo do fim desde momento recluso. Até que entre em cartaz novamente. Com uma nova piada, mas com o mesmo humor de sempre. Um humor meio inteligente, meio infantil, mas com certeza um humor maduro. Aquele que já não cai em qualquer piada de duplo sentido. Mas que continua risonho como bob esponja.

Talvez venha a faltar dinheiro entre uma temporada e outra, talvez venha a faltar platéia, ou até mesmo a faltar lugar no teatro. Mas estou decidida a esperar a próxima temporada para entrar em cartaz.

Afinal, não é de riscos que a vida é feita?

Andreza Schmitt

2 comentários:

Jéssica Nega disse...

A vida é feita de riscos que ainda não conhecemos.

Por enquanto, o que sabemos, é que o show não pode parar...

Excelente texto!

maisumalmaerrante disse...

Texto perfeito assim como todos os teus outros.
Tu sempre ahaza e a babona aqui de plntao neh..nem sabe o q comentar..

Mas o recado ta ai neh.. Nunca agradamos a todos!!!

mas o show nunca pode parar!