A descrição que não aparece na descrição.

Meus desabafos, meus amores, minhas alegrias, minhas dores, meus sonhos, meus medos.
Mundo meu, compartilhado e vivido por nós.
A eterna matemática da vida, sem nunca chegar no denominador comum. Mas sempre sendo dividida com vocês, somada por vocês e diminuida da minha particularidade.
Meu mundinho de Alice, nem parece mais tão particular.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Somos o que?

A complicada e perfeitinha.
Eterna apaixona.
A que cresceu antes do tempo.
Eterna criança.
A sonhadora.
Eterna Família.

Sou o que sobrou de mim, sou o que eu construí de mim, sou o que a vida quis que eu fosse. Minhas cicatrizes estão expostas, mas meu sorriso também. Luto contra meu instinto anti-realidade, mas sei que a vida não é um conto de fadas. Que príncipes encantados não existem. E que felicidade são apenas momentos.

Meus sonhos são diferentes, minha realidade é diferente, eu sou diferente.

Cresci mas não mudei, mudei pra poder crescer. Construí em mim o que eu queria ser, e fiz deste eu o que os outros queriam ver. Sorrisos são sempre mais doces que lagrimas. E nem sempre quando alguém pergunta como você esta, ele esta realmente querendo saber.

Todos nós somos muito egoístas, mesmo quando estamos sendo humanitários. O ser humano é programado a querer em primeiro lugar o seu bem. E eu? Eu sou inocente e faço de conta que não sei disso. Eu ainda acredito na bondade das pessoas. Acredito em um mundo melhor. Acredito em amor a primeira vista. Acredito em casamento. Acredito em amizade entre homens e mulheres. Acredito que todos estamos perdidos, mesmo quando sabemos o que queremos. Acredito que só vemos o que queremos ver.

E é por isso que ninguém mais acredita em bondade, porque é mais fácil, mais comum as pessoas serem ‘ruins’. É por isso que o mundo não muda porque ninguém quer de verdade que ele mude, da muito trabalho. É por isso que amor a primeira vista é coisa de gente carente, porque quem quer um sabor de sorvete quando se pode ter a sorveteria inteira. É por isso que crianças mudam as cantigas com palavras como ‘tiveram muitos filhos e depois se separou’ porque é assim que o mundo gira, e se não der certo separa, é normal. É por isso que a amizade se torna motivo de ciúmes, porque não se tem confiança, a frase se inverte e agora ‘ todos são culpados até que se prove o contrario’. É por isso que não sabemos o que escolher, porque temos muitas opções, tudo é possível, ‘Corrida contra o relógio, silicone contra a gravidade, dedo no gatilho, velocidade, quem mente antes diz a verdade, satisfação garantida, obsolescência programada, eles ganham a corrida antes mesmo da largada’ nada é igual como era ontem.

E como sempre digo os sonhos mudam com a mudança de estações. E eu cada vez me vejo mais ultrapassada, pelos sonhos da minha geração. Não somos mais geração coca-cola, somos coca ou somos cola, somos homens, mulheres e tudo junto, somos o reflexo da geração de tele-novelas de nossos pais, onde liberdade é sonho de adulto, e criança de 12 anos brincava de boneca e não exigiam smartphones.


Em momentos como esse eu penso, sou eu quem amadureceu muito antes do tempo? Ou eu simplesmente nasci na década errada?

Queria eu ter brincado de bonecas até meus 12 anos, e não precisar ter filmes infantis hoje para me lembrar uma rápida infância. Queria eu ter hoje a idade fisiológica, de acordo com a do meu cérebro, e poder falar dos meus sonhos sem perceber um ar de repressão ou insegurança no ar.


Somos quem podemos ser, sonhos que podemos ter.

Andreza Schmitt

Um comentário:

Silvana disse...

Sei que muitos se identificaram com teu blog tenha certeza, eu sou uma, tudo cedo demais, porém o tempo ajusta, mas os sonhos não podemos perde-los NUNCA!