A descrição que não aparece na descrição.

Meus desabafos, meus amores, minhas alegrias, minhas dores, meus sonhos, meus medos.
Mundo meu, compartilhado e vivido por nós.
A eterna matemática da vida, sem nunca chegar no denominador comum. Mas sempre sendo dividida com vocês, somada por vocês e diminuida da minha particularidade.
Meu mundinho de Alice, nem parece mais tão particular.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

3 Anos.

'Todo mundo ta feliz? Ta feliz!
Todo mundo quer dançar? Quer dançar!
Todo mundo pede bis quando para de cantar'


Há 3 anos atrás, praticamente nessa hora, eu chorava desesperadamente com o discurso do meu paraninfo.

O sor Daniel. Aquele cheio de historias controversas. O professor novinho. O baterista da Wind Roses. Aquele professor, que mesmo não sendo o nosso, passou um final de semana de sol e calor estudando comigo. Se não fosse ele talvez eu nem tivesse subido aqueles degraus.

Aquele dia quente. A formatura clássica ao ar livre, que quase foi cancelada pela chuva do dia anterior. A missa da formatura, que eu não vi, e me arrependo. O banho de lama que eu fiquei com nojo de tomar, e me arrependo. O Grammy que eu não gravei, e me arrependo. A troca de colégio que eu amei. A mini empresa mais unida que existiu, e que eu amei. As melhores amigas mais improváveis que eu tive, e ainda amo.

Foram tantas coisas vividas em tão pouco tempo. Hoje entendo quando me diziam 'aproveita essa fase, passa voando' é a mais pura verdade. Às vezes me pego lembrando de tudo aquilo. As danças, os chás, o frio, as pantufas pro inverno, as nossa pantUFFAs, da brincadeira do tapa quando alguém arrotava, de esperar o elevador, felicidade plena.

Nunca imaginei que eu seria tão feliz ao lado de vocês meus queridos. Mesmo quando estava triste vocês me alegravam. Vocês que muitas vezes me ajudaram. Todos vocês foram especiais de alguma forma. Cada um era partícula única e importante na formação da família 23 C. Creio que aprendi o significado de amizade e companheirismo com vocês.

Sei que fizemos promessas que não foram cumpridas. Sei que nos distanciamos de maneiras irreparáveis. Infelizmente sei que nunca mais sentiremos que o mesmo que sentíamos há 3 anos atrás. Mas lhes digo, minha família, o que vivemos nunca poderá ser tirado de nós. E por mais que hoje nossas vidas tenham rumos completamente diferentes, e que nós sejamos pessoas diferentes, temos uma mesma memória, de anos especiais e a mesma saudade da emoção e medo que sentimos nesse dia.

Já se passaram 3 anos, é o mesmo tempo que convivemos juntos. E posso dizer que nada me marcou tanto nesses anos como vocês.

Vinte e três Cê Forever.


Andreza Schmitt

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Aquele de pernas pro ar.

'I've been roaming around
Always looking down and all I see
Painted faces, build the places I can't reach'


Ando morrendo de saudade de escrever, nos últimos dias me peguei pensando inúmeras vezes nisso. O blog sempre foi a minha válvula de escape. Um pouco da minha realidade deixada à mostra.

Sinto a falta dele, mas não consigo dizê-lo nada.

Minha vida, minhas duvidas, meus medos. Estão como eu no trapézio. Olho a rotina, fico apavorada, com medo. Juro que não sou capaz. Subo no trapézio, executo a rotina da melhor forma que meu corpo permite. quando termino, lá estou eu, na 'posição de conforto' literalmente de pernas pro ar, cabeça solta, um pé no trapézio outro livre. Simplesmente esqueço tudo que se passa. Apenas sinto a adrenalina subir minhas veias. Sensação de liberdade e de poder. Mas é quando meus pés encontram novamente o chão que percebo, estar lá, no topo dos 3 metros, dependendo só de mim, é a felicidade plena. Esqueço completamente de tudo o que sentia antes de subir. Mas infelizmente é por pouco tempo. Porque logo, logo chega novamente a minha vez de subir e tudo volta a minha cabeça.

É como dar a um adulto um conto de fadas. Ele pode até achar lindo, se inspirar. Mas quando fecha a pagina, lembra que não é naquele mundo em que ele vive.

Todos queríamos poder viver dentro do conto de fadas, ou em cima do trapézio para sempre. Para sempre, sempre acaba. Mas ta ali para quando precisar escapar da realidade de novo.

Só é triste ter que retornar. É como voltar da figura no fim da aula. Os braços sucumbiram ao cansaço do treinamento, mas você sabe que precisa forçá-los um pouco mais para que chegue ao chão, e é só você que pode se levar até lá.

O homem criou formas de nos dar azas.


Andreza Schmitt

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Be extraordinary.

O mundo anda girando mais rápido que o normal. Tão rápido que nem mesmo minha cabeça o acompanha.

Enquanto aqui dentro do meu mundo passam dias lá fora foram anos. E parece que eu fiquei aqui parada, apenas observando a mudança alheia. Eu que sempre fui tão inconstante, ando mais constante que uma tabela matemática. Eu que sempre corri mais do que o mundo compreendia, hoje não compreendo seu ritmo.

Além de estranho fora no ninho, hoje me sinto estranha dentro de mim. Como quem tenta se encaixar em um sapato que não é o seu numero. Mas é preciso. The show must go on!

E por mais que não se saiba ao certo qual o seu papel no palco, você continua por ali. Tentando se encaixar naquela obra que não foi escrita por você, nem para você. Foi escrita para alguém grande. Extraordinário. E se encontrar ali parada no centro do palco sem saber o que falar e para onde andar. É como acordar após 5 anos de Alzheimer, e descobrir que não fez nada de extraordinário.


Você é extraordinário?


Andreza Schmitt