A descrição que não aparece na descrição.

Meus desabafos, meus amores, minhas alegrias, minhas dores, meus sonhos, meus medos.
Mundo meu, compartilhado e vivido por nós.
A eterna matemática da vida, sem nunca chegar no denominador comum. Mas sempre sendo dividida com vocês, somada por vocês e diminuida da minha particularidade.
Meu mundinho de Alice, nem parece mais tão particular.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Pulou do baú.

'As encrencas de verdade de sua vida tendem a vir de coisas que nunca passaram pela sua cabeça preocupada, e te pegam no ponto fraco às quatro da tarde de uma terça-feira modorrenta. '
Filtro Solar

Hoje tudo aquilo que parecia guardado naquele baú velho, em uma parte feia do canto do meu quarto bagunçado, pulou pra fora e me pegou de susto. Completamente despreparada. Numa quinta feira modorrenta.

Mesma quinta feira que me pareceu bela e clara, cheia de expectativas novas, sonhos novos. Engraçado como aquilo guardado no baú tem o poder de construir e destruir.

Baús são feitos para guardar coisas importantes da nossa vida, dizem os antigos que os baús eram feitos para manterem vivas as coisas que colocávamos dentro deles. E de certa forma acredito nisso, pois todas as vezes que reviro meus baús revivo os momentos que estão dentro dele, choro e dou risada, sinto saudades e aprecio o hoje.

Eles com certeza guardam as minhas coisas vivas, minhas memórias e objetos de tempos de sol. O problema é que enquanto o baú ta lá no cantinho feio do quarto aguardando a terça modorrenta para lhe pegar de surpresa com seu conteúdo já quase esquecido, o tempo passa. O mundo ao redor do baú muda de cor e posição, deixando o que tinha dentro dele diferente ao seu olhar.

Hoje aquilo que eu guardava no baú feio, me pegou de surpresa, me doeu, fez chorar, mas tenho certeza que dai há alguns anos eu abrirei este mesmo baú por vontade própria, e lá encontrarei coisas que me farão rir, e sentir saudades deste dia de hoje.

Cabe a mim então viver cada vez mais momentos de se colocar em baú.
Ter mais pessoas de se colocar em baú.
E guardar objetos que me façam voltar, toda vez que preciso, neste baú, e encontrar tudo que vivi e reviver sempre que eu queira.

Dê uma revirada hoje no seu baú.

Andreza Schmitt

Um comentário:

Anônimo disse...

Muito lindo e profundo o que tu descreves, guardamos em nossos pequenos baus vidas inteiras em pequenos objetos, frases e sonhos, eles nos revertem a tempos vividos de dor e sorrisos, espero que o teu com o tempo seja aberto com maturidade e que de toda pétala lembre a bela flor, das pedras um novo caminho, das lágrimas tentativas que ainda não deram certo, mas não erros e sim VIDA!