A descrição que não aparece na descrição.

Meus desabafos, meus amores, minhas alegrias, minhas dores, meus sonhos, meus medos.
Mundo meu, compartilhado e vivido por nós.
A eterna matemática da vida, sem nunca chegar no denominador comum. Mas sempre sendo dividida com vocês, somada por vocês e diminuida da minha particularidade.
Meu mundinho de Alice, nem parece mais tão particular.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Enquanto a gente cresce.

Quando a gente é pequeno, sonha em ser grande. Imagina como será o dia em que atingir a e maioridade. Tirar a carteira de motorista. Ser responsável pelos seus atos. E a gente nem imagina o quanto isso significa.

Ficamos durante horas a fio, imaginando nosso futuro, e como seria ‘ser grande’. Trabalhar. Fazer faculdade. Morar sozinho. Tudo o que enxergamos são sonhos e objetivos à frente. Mas jamais imaginaríamos o caminho que se deve seguir, para se atingir essa tal maturidade.

Criamos exemplos de sucesso ao longo desse caminho. Vemos aqueles, e pensamos ‘eu quero ser assim’. Imaginamos que o dia em que se vai morar sozinho é que você se tornou adulto. Que um bom emprego é uma das coisas mais importantes da vida. Mas nada disso é.

Percebemos que crescemos quando não mais há alguém ali para vigiar todos os seus passos. Ou então alguém que lhe repreenda. Que simplesmente diga, não faz. Percebemos que crescemos quando também não há ninguém lá pra lhe elogiar. Ou então agradecer, por você ter arrumado a casa. Que simplesmente diga, ta ótima a comida. Percebemos que crescemos quando não há alguém para limpar a sua sujeira. Ou reparar os danos pra você, colar o vaso que você quebrou por raiva. Que simplesmente diga, não bate a porta.

Cada momento em que vamos evoluindo se percebe a falta que faz ser criança. A vida nos torna menos ‘bonitos’. Mais rígidos, eu diria. Menos esperançosos.

Porque infelizmente só se percebe que realmente crescemos, quando se perde uma prova importante, pelo simples fato de que não tinha alguém lá pra lhe acordar. Ou lhe levar até lá porque estava atrasado. Que simplesmente diga, vai. Só se percebe que realmente crescemos quando você faz as escolhas certas, e não tem ninguém do lado pra comemorar. Ou então dar aquele abraço. Que simplesmente diga, que bom que você chegou. Só se percebe que realmente crescemos quando se quebra o seu copo favorito, pelo simples fato de ter colocado água quente de mais dentro. Ou então estragar as coisas que ganhou com tanto carinho, só porque não teve cuidado o suficiente. Que simplesmente lhe diga, para.

E mesmo assim você sobrevive. Você vivencia. Chora. Ri. Aprende a lidar com essas situações. Aceita que elas irão lhe acontecer, de tempos em tempos. Começa a ficar feliz com tudo isso.

Todos temos uma visão de que a vida a adulta é como um estagio final. Você tira carteira, tem emprego, mora sozinho, vira responsável pelos seus atos, e pronto. Acabou. Chegamos ao fim da linha. E lá estão todos que você conhece. Todos que você ama. Todos que o querem bem.


Mas a verdade é que crescer é um saco. É solitário muitas vezes. É chato sempre. E pode até ser impossível. Mas a verdade é, que se ainda estamos aqui, ainda temos o que aprender. Que ainda cairemos, apesar de achar que já estávamos seguros. Ainda aprenderemos que nunca, nada é 100% seguro. Que a vida passa, e a gente nunca parece conseguir correr junto com o relógio. Procuraremos o conforto no material, e descobriremos que nem todo o material trás o conforto daquele abraço.


Crescer é basicamente aprender a ser sozinho. Aprender que nunca se aprendeu o suficiente. E que sempre tem alguém que é melhor que a gente. Que nunca existira o dono da razão.


Mas sabem o que é o melhor de tudo isso? É que se você se esforçar o suficiente, a linha de chegada será exatamente aquela que você viu a muito tempo atrás.


Andreza Schmitt.

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